Ao longo dos 6 anos na consultoria, já atendi a diversas pessoas e perfis. O perfil perfeccionista, sem estereótipos banais, é um dos mais recorrentes perfis que mais encontro nos atendimentos.
Os perfeccionistas são aqueles que possuem alto padrão de normas e regras, são pessoas muito críticas consigo mesmas, que estão sempre focadas nos resultados, procuram fazer tudo com rapidez e da melhor forma, controlando tudo que está ao seu redor.
Eles sentem que tudo o que fazem não está bom o suficiente, ou se punem ao achar que podem sempre fazer ainda melhor. Se obrigam a assumir o papel de Mulher Maravilha ou do Super Homem, já que assim darão conta de tudo ao mesmo tempo e poderão salvar a humanidade! - rs, mas o assunto é sério e essa conta pode ser muito alta. Muitas vezes eles se sentem desvalorizados, tendem a não comemorar suas conquistas e podem chegar a uma terrível estafa física e psicológica.
Nos atendimentos do Programa Recolocação Profissional utilizo o teste de perfil comportamental PDA, e realmente ele é um xerox das tendências comportamentais atuais, possibilitando verificar quando estamos com nossos eixos comportamentais em tensão, ou seja, quando ao invés de nos impulsionar, nos paralisa.
Eu sempre digo aos assessorados que nós não somos, nós estamos. Por isso você pode se identificar em maior ou menor grau com esse perfil perfeccionista que descrevi ou qualquer outro, a depender da sua personalidade e do seu atual momento de vida.
Isso quer dizer, que não existe a historia de perfeccionista ser bom ou ruim, de ser feio ou bonito, de fazer o certo ou errado. Cada perfil tem sua sombra e sua luz. O que ocorre é que quando não estou em estado de presença, em equilíbrio comigo mesmo, em conexão com a minha essência não consigo despertar a luz que há em mim.
Quando na LUZ o perfeccionismo impulsiona a ter uma visão flexível, estar satisfeito com as próprias conquistas, gera motivação para obter bons desempenhos, sentimento de se sentir produtivo, me coloco na posição de valor - do sentir-se valoroso - onde há o orgulho dos feitos, sentimento de reconhecimento e satisfação.
O problema é quando na tensão dos eixos, o perfeccionista entra no polo da SOMBRA, causando o desequilíbrio, tensão, estresse e ansiedade. Abandona-se a leveza do velejo de viver com presença e naufraga em uma jornada robótica e automática. Por mais que faça e produza, é improdutivo, sem gosto, sem entusiasmo. O autoamor dá lugar ao descuidado, a crítica e a rigidez se impõe frente à leveza do fazer, servir e viver.
Desencadeia-se uma visão não realista do desempenho no trabalho, em casa, com a família e amigos, e principalmente, consigo mesmo. Por mais uma vez encontra-se o perfeccionista cobrando padrões altos para que ele e os outros se encaixem naquilo que ele julga ser o certo e o melhor para que esta rigidez seja colocada a prova. Enfim, um chicote emocional que pune impiedosamente, e manifesta sentimentos como a irritabilidade, stress, uma produção desenfreada e muitas vezes sem sentido, uma ansiedade generalizada.
Por sentir que não está abraçando o mundo, não é incomum sentirem raiva de si, e por vezes esse sentimento respinga emocionalmente em quem mais amam. A criticidade é impiedosa, pois da mesma forma que julgam e criticam a si, acabam por julgar e criticar os outros da mesma.
Nessa condição de sentimentos ausentes, de não estar em presença, perde-se a tão preciosa conexão consigo mesmo. É um modelo desenfreado de produzir mais, se doar cada vez mais, para buscar através do olhar do outro a aceitação que deseja encontrar em si, como se o outro carregasse a propriedade do valor a qual não encontra em si próprio.
O medo de cometer erros e o medo da avaliação negativa das outras pessoas, os coloca em posição de não valor, se sabotam, como se tudo que já foi feito não tivesse importância. Muitas vezes reduzem suas vitórias e conquistas. O externo torna-se mais importante que o interno, e com isso vem o esgotamento, o cansaço, a ansiedade, o pensar demasiadamente, a racionalização, e nos casos mais severos a Síndrome de Burnout, uma doença psicoemocional relacionado ao universo do trabalho e a exaustão.
Somos um espelho, onde refletimos apenas aquilo que temos dentro de nós. Só dou aquilo que possuo!
E como eu oriento os profissionais que de alguma ou de todas as formas chegam presos a esses círculos? Quais os caminhos para que a versão mais iluminada prevaleça?
É fundamental constantemente desenvolver o AUTOCONHECIMENTO e ESPIRITUALIDADE - seja qual for a sua concepção dela. Meditação, práticas de yoga, auto observação, auto vigia. Diariamente busque estar conectado consigo mesmo, com seus propósitos, sua essência. Assim, quando estes mecanismos começarem a ressoar no sistema psíquico - e eles irão ressoar, a tempo você perceberá a necessidade de restabelecer seu estado de PRESENÇA e CONEXÃO consigo.
Pratique todos os dias o autoamor, a gratidão, comemore todas as vitórias - inclusive as mais singelas delas, dê carinho e amor para si, trate-se com leveza, respire, alimentar-se bem, pratique esportes, faça algo que goste - isso é fundamental para o amor brotar em ti!
Seja leve e busque aquilo que te faz sorrir!
Com amor,
Karine Mueller Como Job Hunter,
Como Consultora de Carreira tenho ajudado +3.500 profissionais de diversos segmentos e áreas de atuação a se recolocarem no mercado de trabalho ao longo dos 10 anos que possuo minha empresa em Consultoria de Carreira.
Como cheguei ali em cima?☝️
Psicóloga, Coach, com MBA em Gestão de Pessoas e vivência no exterior. Possuo + de 17 anos de experiência na área de RH, onde desenvolvi ao longo da minha carreira diversos trabalhos como Consultora Interna e Externa, trabalhando em diferentes projetos no setor de RH, atuando como Analista e Coordenadora de RH em empresas nacionais de médio e grande porte.
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