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Como realizar uma transição de carreira? Uma história compartilhada - A minha!

Atualizado: 12 de abr.

Vou compartilhar um resumo da minha trajetória, pois também passei por momentos difíceis, e justamente por isso, modifiquei o percurso de minha carreira. Em vários momentos da minha história profissional, o que eu fazia me desmotivava e perdia sentido, eu não sentia mais o propósito nas atividades, aquele brilho no olhar, a vontade de acordar para a vida. Precisei estudar com profundidade, me reposicionar, ter coragem, lidar com minhas competências e habilidades, com minhas crenças limitantes e sabotadoras, precisei repaginar, criar e aprender novas atividades, encontrar a satisfação, o pulsar do coração na minha carreira, para dizer: "É isso!" E assim realizar a minha transição de carreira.


Nunca tive dúvidas quanto ao que eu iria cursar na faculdade, aos 15 anos, devido às angústias da adolescência, fui a procura de uma Psicóloga, mesmo contrariada pelo meu pai que naquela época achava que eram apenas "loucos" que frequentavam os espaços da Psicologia Clínica. Mas, com o aval escondido de minha mãe, Psicopedagoga e consciente da importância do autoconhecimento, encarei a terapia. Isso foi o input para começar a me investigar, mergulhar no meu autoconhecimento, ler livros sobre Psicologia e me apaixonar sobre o conhecimento e desenvolvimento humano, bem como do despertar para compreender e ajudar as pessoas.


Já não tinha mais dúvidas que iria fazer Psicologia, no estágio obrigatório de Clínica me desiludi com Freud, Lacan e a Psicanálise, entre outras linhas, era muito difícil ter que dar um diagnóstico preciso de acordo com o DSM para as pessoas, meu sentimento era de colocar as pessoas em uma caixinha, como uma sentença de que você possui tal doença e agora, bem... vai ter que aprender a lidar com ela. E se eu estivesse enganada quanto aos diagnósticos e hipóteses? Não podemos ter e ser um pouco de cada coisa? Este foi meu caso de decepção com a clínica daquela época e minha primeira mudança de carreira.

O outro estágio obrigatório, podíamos optar… mais uma angústia... a dúvida de qual área da psicologia trilhar, eram tantas: comunitária, educacional, organizacional, políticas públicas, esporte, entre outras.


Sempre admirei muito a carreira do meu pai em uma multinacional, quando criança minha maior alegria era quando ele me levava na empresa, ficava realmente admirada, olhando as pessoas bem vestidas, tão seguras de si e de seus papéis. Meu pai era o "exemplo de trabalhador", que começou e se aposentou na mesma empresa, e isso me levou a optar pelo estágio curricular na área da Psicologia Organizacional.


Assim, meu primeiro processo seletivo foi como Estagiária do SINE - Sistema Nacional de Empregos, mas antes de realizar o processo, já desenvolvi meu networking, encaminhando um e-mail, ou nos corredores da universidade falava para todos os professores de como queria aquele estágio, a resposta é que não dependia apenas deles, mas teria que passar pelo OK do Supervisor da Instituição. Mas tive "sorte" e vibrei muito por ver meu nome na lista do estágio, mesmo que não alinhado ao posicionamento do meu Supervisor Acadêmico, a quem eu me reportava. Assim atuei com projetos sobre a Saúde do Trabalhador, realizando grupos de escuta das queixas e frustrações em relação ao mercado de trabalho, também dando suporte aos empregadores, com grupos de elaboração de currículo e encaminhamento dos empregados para as empresas.


Formada aos 23 anos, com muitos sonhos e expectativas, decidi fazer uma mudança radical, saí do interior do RS onde minha família residia para tentar uma vida de sonhos e expectativas em Florianópolis, então com o currículo na mão fui a procura de meu primeiro trabalho nesta nova cidade. Foi então que me deparei com o desespero de uma recém-formada e com pouca experiência, foram muitos os processos seletivos e muitos, muitos nãos das empresas, até que veio o meu SIM!


Mas não era em uma empresa multinacional, nem tão pouco uma empresa realmente conhecida no mercado, muito menos em um RH, do qual tanto queria fazer parte… era uma Clínica Multidisciplinar de Profissionais de Estética, onde atuavam Dentistas, Fisioterapeutas, Massoterapeutas e Esteticistas, e me convidaram para atuar como Psicóloga Clínica, mas para isso precisava dar 30% dos atendimentos para a Clínica, como precisava fazer meu "nome" como Psicóloga Clínica Recém Formada em uma cidade do qual não conhecia ninguém e numa área que não queria atuar. Lembra da minha desilusão com a Psicanálise? Pois bem, perguntei se não podia ficar na recepção e nas tarefas administrativas para garantir um salário. E assim, fiz desta chance uma grande oportunidade para começar a ter mais experiência na área que realmente desejava, a da Psicologia Organizacional.


Entre os atendimentos da recepção, eu realizava recrutamento e seleção do pessoal da limpeza, do auxiliar de dentista e dos esteticistas (os quais tinham uma rotatividade grande), comecei a realizar grupos de inter relacionamento visando o acolhimento desses profissionais que cuidavam dos outros, mas que por vezes não se sentiam cuidados, também fiquei responsável por estratégias de marketing da empresa para divulgação, do financeiro e quando vi, fui ganhando espaço e abria e fechava a Clínica, sendo Gerente Administrativa do local. Mas estava totalmente infeliz, pois o desejo sempre foi trabalhar no Recursos Humanos de uma empresa.


Assim, de malas e cuia, "literalmente" pois sou gaúcha, voltei para a minha cidade do interior, muito triste e desiludida. Na primeira semana de volta à cidade natal, uma ex-colega de faculdade falou que uma Consultoria e Assessoria Jurídica para Empresas necessitava de uma Psicóloga para realizar Pareceres Psicológicos de acordo com a NR35, NR33 entre outras, e que ela iria me indicar. E eu sabia sobre tudo isso? Bem, fui perguntar para colegas da área que sabiam quais eram os testes aplicados, estudei os mesmos e para minha alegria fui contratada! Já na semana seguinte e meu sonho começou a se realizar... ia nas empresas de pequeno a grande porte, nacionais e multinacionais, me envolvia com os RHs, desenvolvia meu networking e novas demandas surgiam, muitas delas tive que aprender, ir atrás, mas sempre dizia que sabia fazer e pedia auxílio para quem já estava no mercado, realizava cursos para me aprimorar e quando vi estava realizando Plano de Cargos e Salários para serem homologados no Ministério do Trabalho, Treinamentos comportamentais e técnicos, além de muito mas muito Recrutamento e Seleção. Era o meu começo!


Essas experiências foram muito enriquecedoras, com elas desenvolvi um olhar apurado sobre descrição de cargos quando realizava o Plano de Cargos e Salários, conduzia reuniões dos projetos de RH com grandes profissionais, o que me deu uma visão de hierarquia. Adorava visitar plantas e conhecer o chão da fábrica das empresas, escutar os colaboradores em meio as avaliações de desempenho, entre os líderes e liderados, suas queixas, alegrias, desmotivações e motivações com suas atividades e empresas. Fui aprendendo sobre o modus operandi do mercado de trabalho, entrando pela porta do RH e com acesso ao board das empresas.


Entrei para o mundo corporativo pela porta lateral. Recebi orientação de meia hora do que precisava fazer, e corria para me aprimorar de muitos conhecimentos com os profissionais da área e em cursos de capacitação. Quando me sentia insegura, mergulhava em livros técnicos, mas confesso que a vontade e o desejo de trabalhar na área e em uma empresa era tanta que jamais me permiti dizer que não sabia, me muni de coragem para aprender a fazer. Quando vi, já estava dando "aula" de como fazer Recrutamento e Seleção em cursos técnicos.


Em uma dessas empresas assessoradas pela Consultoria Jurídica, o Coordenador de RH pediu demissão e para minha surpresa me fizeram o convite de assumir a posição, visto o meu desenvolvimento. Por mais que soubesse dos grandes desafios que viriam, aceitei com muita alegria e felicidade no coração, pois sentia que era o trampolim para algo maior e finalmente estava entrando pela porta da frente no RH. A empresa não tinha uma área de RH, por mais que tivessem 8 colaboradores no setor, eles apenas realizavam atividades de Departamento Pessoal, assim o desafio era implantar um setor de RH.


Mal sabia eu do desafio que encontraria pela frente, empresa familiar com 500 funcionários, onde os dois irmãos não seguiam pela mesma linha, quando um aprovava o projeto o outro desaprovava. Mas mesmo assim fui lutando em conjunto com os colaboradores e muitos projetos foram desenvolvidos, criamos uma estrutura de Plano de Carreira, reformulamos os processos de Recrutamento e Seleção, contratamos novos Psicólogos com experiência em RH, criamos uma área de Treinamento e quando vi, queria mais. Queria não mais criar mas me inserir em uma empresa com processos bem definidos, o desgaste mental e psicológico já estavam surgindo em decorrência de ver os projetos sendo implantados mas pouco valorizados pela empresa. Sentia que tinha mais para fazer, mas já não tinha mais forças para lutar.


Fui em busca de uma nova oportunidade, e aqui fiz minha segunda transição de carreira,sabia que para entrar em uma empresa de grande porte estruturada, precisava sair do perfil generalista de RH para me especializar em algum subsistema, e o que mais me identificava e também o que mais tinha oportunidade nas empresas era o setor de Recrutamento e Seleção. Para tanto modifiquei meu posicionamento profissional, dizendo nos processos seletivos que meu maior interesse era ficar focada apenas em um subsistema, visto que eu me sentia mais como Ponto Focal dos projetos desenvolvidos do que exatamente uma Coordenadora de RH.


Com esse novo posicionamento, após aperfeiçoá-lo diante de várias entrevistas, pedi demissão de onde estava e entrei finalmente em uma multinacional de grande renome no mercado na área da moda como Recrutadora. Já no primeiro dia recebi um treinamento exemplar de um dia, estava extremamente encantada, pessoas tão bonitas, felizes pelos corredores, a lembrança da empresa do meu pai quando criança. Foi quando fui para a minha sala e com um monte de processos para ler e me aprimorar nas mãos, eram apostilas e apostilas de como realizar os processos, não tinha como levar tudo, visto que na época minha condução era o ônibus, assim pedi a uma colega se podia colocar alguns dos materiais em sua mesa, já que eu não tinha ainda uma mesa de trabalho, pois estavam preparando a minha estação, e foi quando ouvi da colega: "Aqui não tem espaço para suas coisas".


Ali percebi o que era competição no sistema corporativo. Confesso que não aguentei a pressão de me ajustar a processos e procedimentos que já vinham de consultorias externas, precisava cuidar como falava, como me portava, não conseguia ser eu mesma naquele espaço, a todo momento era observada pela conduta e postura de ser uma Recrutadora impecável, onde o que mais contava era a politicagem corporativa. Passei pelo contrato de experiência, e no quarto mês pedi demissão.


Angustiada, sem trabalho, foi quando por "mágica do universo" na mesma semana que havia pedido demissão em um dos processos seletivos realizados há quatro meses atrás me chamou para um posição de Analista de Recrutamento e Seleção Sênior, eu aceitei na hora! E para minha surpresa foi uma alegria, empresa nacional muito conceituada no mercado, com processos definidos e bem estruturados e com muitos a implementar também. Para mim foi uma escola, e sou grata por ter trabalhando em uma empresa que além de ver todos seus colaboradores com muita humanização e acolhimento, foi um presente para realmente entender o que era um RH estratégico com seus subsistemas.


Ficava então totalmente responsável por todos os processos seletivos da área comercial, com muito autonomia e responsável por mais de 35 lojas no Brasil, além de auxiliar nos processos da matriz e da área de tecnologia. Essa experiência foi enriquecedora e desenvolvi um olhar apurado para análise do conteúdo de currículos, do desenvolvimento de carreira, experiências e resultados, e da coerência entre conteúdo e o discurso da entrevista. Aprendi a observar mais atentamente detalhes como postura, tom de voz, respiração, olhar dos candidatos. Aprendi sobre análise de perfil comportamental - testes de assessment e de dar a devolutiva para os profissionais, entendendo estes em sua profundidade e realizando uma escuta ativa de seu perfil. Aprendi sobre plataformas de recrutamento, LinkedIn e de como "caçar" - hunter profissionais alinhados à cultura e ao perfil da empresa. Aprendi a realizar reuniões com hierarquia estratégicas para definição do perfil do cargo, área e equipe do qual era necessitado. Ao mesmo tempo, tinha espaço para desenvolver treinamentos com os gestores de como realizar as análises e perguntas nos processos seletivos. Também pude realizar entrevistas de desligamentos e acolher o colaborador que fez um bela trajetória na empresa, mas que por vezes saíam sem este olhar. O trabalho de hunting é um trabalho sofisticado, que demanda muita pesquisa e envolve sigilo na maioria das vezes, e eu me sentia completa nas atividades exercidas.

Porém, chegou um momento nas atividades de Recrutamento que tudo ficou muito repetitivo, cansei de procurar e encontrar pessoas, quando finalizava a vaga de uma loja, era logo outra que abria e os "buracos" nas lojas não terminavam, assim como nos cargos administrativos da matriz. Percebi que estava desgastada, que não me motivava mais escutar mais de 10 candidatos por dia, o que desejava era me aprofundar em suas histórias, com qualidade, entender melhor como chegaram ali e como estruturam suas carreiras a curto e longo prazo. Foi quando eu dei um passo para minha terceira mudança de carreira.

Fui para o exterior aprimorar meu Inglês, os primeiros meses foram de descanso até que o ano sabático começou a me enlouquecer e comecei a me sentir deprimida, o desejo de ocupar a cabeça com algo mais produtivo que apenas estudar, além de uma confusão por não saber mais no quê eu queria atuar.


Ao mesmo tempo que no Brasil a crise econômica devido a Lava Jato explodiu e demitiu milhares de pessoas por dia, entre estes profissionais, muitos amigos meus me enviaram seus currículos para ajudá-los a encaminhar a profissionais de RH mediante minha rede de networking. Foi quando comecei a mergulhar no LinkedIn, e auxiliar estes profissionais na elaboração de currículo e perfil na plataforma que crescia na mesma medida que crescia o desemprego no Brasil. Comecei a gostar de ficar na chave inversa, ao invés de caçar os profissionais auxiliá-los na caça pelos seus empregos, assim poderia escutar suas trajetórias com profundidade, ao mesmo tempo que dava suporte ao que realmente desejavam para seu futuro profissional.


Antes de viajar, já havia realizado o curso de Coaching Personal e Professional, isso me despertou a procurar um mentor específico para carreira, pois estava gostando de auxiliar meus amigos nos conflitos profissionais, em escutar suas inseguranças e incertezas com relação ao mercado. Ao mesmo tempo, me via refletida nos olhos deles, essas inseguranças e incertezas também eram comigo!


Mas vibramos aquilo que desejamos, e eu precisava me sintonizar com essas inseguranças, pois era ali que morava a minha segurança. Foi nas conversas com o meu mentor que descobri a minha alegria em escutar e entender as pessoas em seus contextos de carreira, em realizar um currículo que mostrasse o potencial da pessoa, que ele ao olhar enxergasse o seu valor profissional, de estar antenada em saber como o mercado reage frente às mudanças constantes da economia e crises, da mesma forma que os processos de recrutamento de modificam, com plataformas, inteligência artificial, algoritmos, lei de proteção de dados, entre outros.


Fui revisitar o começo da minha carreira profissional e perceber que o estalo dessa nova profissão de Consultor de Carreira já estava sendo formado quando entrei no estágio do SINE, onde escutava nos grupos diversos trabalhadores, porém não percebia, não visualizava, e meu mentor me ajudou a despertar.


A cada depoimento que recebia, a cada indicação, me munia de saber que estava no caminho certo e que, de alguma forma, eu potencializava a luz que já estava dentro dos profissionais, eu os ajudava a tornar consciente o que estava adormecido, isso mediante a minha escuta ativa aprendida na Psicologia. Os resultados foram aparecendo, retornei ao Brasil e logo fui procurar uma Consultoria de Outplacement para entender melhor como os processos eram realizados, me passei por cliente, e entendi toda a rota. Fui me aperfeiçoando em cursos, workshops e em mentorias.

Hoje com muito orgulho, honro toda a minha trajetória profissional, minhas escolhas, minha coragem, também honro minhas inseguranças, dores e confusões, pois foi a partir delas que consigo me sintonizar com os profissionais que atendo e que se sentiram perdido em suas carreiras com o rumo que desejavam trilhar, assim como um dia também me senti.

Hoje me sinto realizada, mas digo por enquanto… pois o que escolhi há seis anos atrás no exterior a partir das conversa com o meu mentor, ainda me faz pulsar! Por enquanto... meu propósito faz sentido com as minhas escolhas, mas se não fizer mais, estarei novamente repaginando e mudando, buscando maior conexão com o meu sentir. Propósito muda na mesma medida que você, e sua transformação pessoal e profissional andam de mãos dadas.

Propósito é a conexão que você sente com o pulsar do seu coração com o presente.

Então se você está passando por um momento de turbilhão e confusão do qual não sabe o que deseja para sua carreira, mas sabe que é necessário dar um outro rumo para você se sentir vivo.


O primeiro passo é honrar sua historia, rever seu passado e se conectar com a força e coragem que já está dentro de ti! Mas claro que a ajuda de um profissional para te mentorar nessa jornada, se torna mais leve, clara e assertiva.


Logo Karine Mueller

Como Consultora de Carreira, tenho ajudado +3.500 profissionais de diversos segmentos e áreas de atuação a se recolocarem no mercado de trabalho ao longo dos 10 anos que possuo minha empresa em Consultoria de Carreira.


Como cheguei ali em cima?☝️


Psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas e vivência no exterior. Possuo + de 17 anos de experiência na área de RH, onde desenvolvi ao longo da minha carreira diversos trabalhos como Consultora Interna e Externa, trabalhando em diferentes projetos no setor de RH, atuando como Analista e Coordenadora de RH em empresas nacionais de médio e grande porte.


Quer saber mais? 🤗


Aguardo você para conversar, trocar experiências, desenvolver networking e conhecer mais sobre seu momento profissional para te auxiliar.


Atendimentos on-line para todo o Brasil.


📞(48) 99176-3738 (Whats)

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