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A dor da separação - um caso com o desemprego! Como lidar?

Atualizado: 12 de abr.

Durante o período de convívio harmonioso, o trabalhador projeta na organização os seus sonhos, fazendo com que a empresa seja o objeto ideal para a consecução de seus sonhos pessoais e profissionais. Contudo, quando ocorre a demissão, isso afeta todos os membros de uma família, e não apenas o profissional. Entenda mais sobre neste artigo.


Através da escuta ativa dos clientes que estão desempregados e que buscam o auxilio no Programa de Recolocação Profissional para retomar ao mercado de trabalho, percebo que a maioria passam pelos mesmos sintomas – a ansiedade de separação.


Vou contar o caso de uma cliente, cujo o nome fictício será Isabella por conta do sigilo profissional.


Isabella estava onze anos atuando na área bancária de uma renomada empresa do segmento financeiro privado. Ela andava estressada, cansada do ritmo e da pressão enlouquecedora imposta pelo modelo comercial pelo atingimento agressivo das metas em diferentes produtos.


Isabella sempre se destacou na empresa,  procurava atingir as metas e se cobrava muito para não falhar em sua postura profissional, no que era exigido e esperado pelos outros e principalmente por ela mesma. Certo dia chegou a mim, por meio de indicação e relatou que precisava achar um outro emprego, pois já estava saturada da pressão que vivenciava. Começamos o processo, já no segundo encontro Isabella conta que fora demitida.


A assessorada disse que foi um alívio, pois já estava se preparando para sair do local e olhar para o mercado. A demissão não foi uma grande surpresa, vejo que inconscientemente ela já estava provocando a mesma. Por mais que teve o “baque” inicial da notícia, ela agora poderia se preparar melhor para sua nova recolocação, visto que receberia todos seus direitos.


Só que o baque inicial passou, a euforia do descanso mais que merecido nas duas primeiras semanas que aproveitou para estar mais perto de sua família, fazer alguns passeios também passaram, e com ele veio a sensação de vazio.


Ela não estava preparada para:


Não acordar mais as 6 hrs da manhã para fazer a maquiagem e colocar a roupa formal...


Não ter mais o contato com o porteiro do trabalho que sempre a recepcionava com um sorriso de bom dia...


Não ver mais os colegas que costumava dividir suas aflições  do dia a dia do trabalho..

Na hora do almoço tinha que preparar sua própria refeição e almoçar sozinha, visto que não tinha mais a companhia dos colegas nos restaurantes...


Ela não escutava mais a colega que vivia reclamando do trabalho e nem sua chefe maluca pedido as metas atingidas...


Isabella sentiu o vazio, a dor da separação, da vinculação daquele “casamento” por 10 anos de sua vida, uma rotina diária que agora não existia mais. Uma rotina que nos últimos tempos era de dor e sofrimento, mas que também era o seu ponto de referência


Separação é uma experiência dolorosa porque rompe os vínculos, as rotinas a que estamos habituados e a projeção que realizamos para o futuro. Os momentos partilhados não são mais e até os pequenos conflitos nos deixam saudade, tudo parece fragmentado.


Durante o período de convívio harmonioso, o trabalhador projeta na organização os seus sonhos, fazendo com que a empresa seja o objeto ideal para a consecução de seus sonhos pessoais e profissionais. Contudo, quando ocorre a demissão, isso afeta todos os membros de uma família, e não apenas o profissional. 


Isabella com o sentimento de vazio desencadeou o medo. Milhares de “fantasminhas” começaram a rondar sua cabeça e se fez diversas perguntas, questionamentos, preocupações financeiras, preocupação com o mercado de trabalho... e agora só via o lado negativo por estar em casa. Com o medo veio a ansiedade...


Ela começou a ficar mais emotiva, e do nada se pegava chorando...

Ela não tinha mais paciência com a família, e também estava de saco cheio” de ser a dona de casa, andava irritada...

Ela começou a ficar mais na dela, mais quieta, sem conversar muito...

Ela parou de se arrumar, estava em casa, para que se arrumar?

Ela começou a dormir mais, as vezes era muito, muito difícil levantar da cama...

Ela PARALIZOU, não tinha animo nem de enviar seu currículo para “aquela” super indicação...


E por que tudo isso aconteceu?


Por que essa fase é normal, todos nos quando deixamos um vínculo forte para trás, passamos por isso, seja no amor, na carreira, ou familiar. Diferente fosse se você não sentisse essa separação. Então encare esses sentimentos como um processo do qual necessita passar para se sair mais fortalecido, permita-se sentir esses sentimentos, que tá tudo certo!


MAS......


Agora um ponto forte de ATENÇÃO, se caso essa fase durar mais de duas semanas, ai está na hora de dar um BASTA e começar a olhar para si e se colocar em AÇÃO! 


Olhar para si é não dar vasão aos fantasminhas negativos, não se PARALISAR diante do medo, o medo deve ser canalizado para a CORAGEM! Aproveitar esse momento único que você possui é identificar o que deseja para si e IR em busca disso com FOCO E DETERMINAÇÃO! 


LEVANTE e agradeça a oportunidade do TEMPO a sua disposição para CUIDAR DE VOCÊ, se planeje estrategicamente para conseguir o que deseja, nesta nova fase de sua carreira, e o mais importante:


VIVA NA PRESENÇA!!!!


E o que é viver na presença? É viver o seu presente, o aqui e agora, parar de fuxicar no passado e criar tantas expectativas para seu futuro. 


Pessoas que não conseguem passar pela fase da separação, estão tão presas ao passado que não conseguem deixar aquele cenário, ou então, se tornam tão ansiosas e preocupadas com o futuro que não conseguem desfrutar de um só momento no presente. A depressão geralmente é a consequência do apego extremo ao passado e a incapacidade de seguir adiante. Já a ansiedade é a inquietação demasiada com o futuro. 


Sabe qual a solução para isso tudo?


Viver o PRESENTE, só agora neste exato momento você pode fazer e tomar as ações necessárias para se perceber e sentir-se em presença de você mesmo, estar em presença é AGRADECER por tudo que você já tem agora.


É construir uma jornada sabendo que o controle está em suas mãos, ou você muda ou aceita a situação que lhe causa incômodo! O poder é seu, a força esta dentro de você, cabe você decidir o que deseja agora para si!


Porém, se você se sentir muito perdido nesta fase do desemprego, busque o auxilio de um orientador de carreira, de preferencia um Psicólogo em formação organizacional para ajudar que esta transição de carreira, a busca pelo novo emprego seja mais leve, saudável e assertiva.


Logo Karine Mueller

Karine Mueller 

Psicóloga – Consultora de Carreira

Há mais de 17 anos atuando na área de Recursos Humanos e auxiliando centenas de profissionais em sua recolocação profissional, posicionamento profissional e orientação de carreira. 

Quer saber mais? Visite: www.karinemueller.com.br

WhatsApp: (51) 99878-9861

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